quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Crise no setor de Bebidas e Alimentos - 2009 -


A crise econômica deve afetar as vendas das fabricantes de bebidas e alimentos este ano. Apesar da previsão de alta das vendas reais e da produção, o crescimento deve ser menor em 2009 em relação ao observado em 2008, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). O faturamento nominal das empresas fechou o ano passado em cerca de R$ 265 bilhões, de acordo com previsões da entidade, em relação aos R$ 230 bilhões de 2007, quando cresceu 10%. Descontada a inflação de 16,69% registrada até novembro de 2008, o crescimento real deve ficar um pouco acima de 2%. Em 2007, o crescimento real das vendas foi de 2,9%. Para este ano, a expectativa é fechar o ano com crescimento real das vendas entre 1,4% e 2%."Não foi um ano ruim. Foi um ano considerado bom dado o tamanho da crise", afirmou Denis Ribeiro, coordenador do departamento de economia da Abia.Apesar do otimismo do economista, 2008 foi o segundo ano consecutivo em que as vendas reais cresceram abaixo da estimativa da associação. Em 2007, a previsão inicial era crescer até 4% e no início de 2008 a expectativa de crescimento girava em torno de 3,5%. Nos dois anos, o principal vilão das vendas foi o índice inflacionário. "Em semielaborados (arroz, feijão, leite, entre outros), por exemplo, tivemos um ano de muita oscilação", explicou Ribeiro. Com base em dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Ribeiro informou que no acumulado de 2008 até novembro a inflação dos semielaborados alcançou 13%. Em doze meses até novembro de 2008, a alta chega a 18,7%.Nos industrializados, a alta dos preços ficou um pouco abaixo: 8,6% no acumulado de 2008 até novembro e 9,6% nos doze meses até novembro.

Produção

A produção das indústrias da alimentação fechou 2008 com alta de 5% no ano passado, segundo estimativas da Abia. Para 2009, o crescimento do volume de produção deve se um pouco menor e ficar entre 2,5% e 3,5%. Segundo Ribeiro, a desaceleração das economias dos países desenvolvidos deve impactar nas vendas das fabricantes de alimentos no Brasil. "Eles (os países desenvolvidos) representam cerca de 50% do consumo mundial", disse o economista. "Além disso, temos uma desaceleração do crescimento nos mercados emergentes", afirmou. Segundo ele, os emergentes representam 25% do consumo mundial de alimentos.Diante de um cenário de desaceleração global, as exportações podem ser afetadas. De acordo com Ribeiro, cerca de um quarto da produção de alimentos no Brasil é exportada. "Vamos ter dificuldades, mas de alguma forma temos os mercados emergentes para exportação", disse. "Resta saber como vai se comportar os outros três quartos que representam o mercado interno", afirmou.Para conseguir enfrentar os piores momentos da crise, que Ribeiro acredita que será amenizada a partir do segundo semestre deste ano, as empresas devem "trabalhar diluindo custo fixo, não formar estoques, ter uma programação de produção enxuta e acompanhar as vendas"."Este será um ano difícil, mas vai dar para remar", concluiu o economista.

Apoio de texto: Gazeta Mercantil

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