sexta-feira, 20 de maio de 2011

Você é mais uma "peça"?


Olá leitores do BBM!

Tenho andado meio distante do Blog e das redes sociais por motivo de trabalho intenso, muitas viagens, aproveitei uma pausa aqui na estrada para tomar um café e postar essa mensagem que recebi de minha namorada por e-mail.

Por sinal, muito interessante para gestores, líderes, executivos, e pessoas que lidam com pessoas. Ou seja, VOCÊ!

Todos lidamos com pessoas todos os dias, seja no trabalho, no supermercado, na farmácia, em toda nossa rotina diária.

Pois bem, vamos lá!

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível"!

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - o encara o diretor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio…

O funcionário fala então:

- Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talen tos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Então, pergunto: quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico?

O rapaz fez uma pausa e continuou:

- Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe, em focar no brilho de seus pontos fortes e não utilizar energia em reparar seus 'erros ou deficiências'?

Nova pausa e prosseguiu:

- Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Mas cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços, em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Continuou.

- Se um gerente ou coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de técnico de futebol que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas, ou Albert Einstein por ter notas baixas na escola, ou Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Olhou a sua a volta e reparou que o Diretor, olhava para baixo pensativo. Voltou a falar.

- Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados… Apenas peças… E nunca me esqueço de quando o Zacarias, dos Trapalhões, que 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... E hoje, para substituí-lo, chamamos…ninguém…Pois nosso Zaca é insubstituível.” – concluiu, o rapaz e o silêncio foi total.

É possível encontrar novos funcionários para as vagas dos que saíram, novos amigos para amenizar a falta dos que estão distantes, novos amores para os corações partidos... Eles, entretanto, nunca terão a mesma essência dos que ficaram para trás.

No mundo de hoje passamos a não dar mais o valor necessário às pessoas, principalmente dentro das empresas.

Muito se fala em retenção de talentos, mas o que as empresas mais fazem hoje em dia é expulsar talentos.

E a desculpa do departamento de Recursos Humanos é sempre a mesma: "Olha, infelizmente estamos sofrendo no Brasil uma crise de apagão de talentos...".

Na verdade é tudo história pra boi dormir!

Isso é desculpa para mascarar a realidade de incompetência do departamento de recursos humanos para manter os profissionais na empresa, selecionar, treinar e realmente reter talentos.

Quantos milhares de jovens se formam nas instituições brasileiras todos os anos?
São apenas mais de 180 mil.

Será que nenhum serve? Nenhum tem talento? Nenhum tem experiência?

Então a solução é fechar as instituições de ensino, uma vez que elas não servem para formar um profissional competente.

E não sou só eu que estou falando não. Leiam as revistas Você S/A e Exame.

Além disso existem os processos seletivos morosos, extensos, cheios de provas, testes, entrevistas, dinâmicas, telefonemas e perguntas.

Você...já cumprimentou seus vendedores hoje?

Você...já deu um abraço na faxineira que acorda às 4h da "madruga" para limpar seu escritório todo dia de manhã, para que você chegue e esteja tudo impecável?

Pois é! Tudo é feito de pessoas, senão, por pessoas, ou ainda, senão, criado ou projetado por pessoas.
Tudo envolve pessoas!

Pense nisso e faça sua parte, pois VOCÊ também é INSUBSTITUÍVEL!

Um grande abraço,

ARTHUR SANTOS