sexta-feira, 28 de junho de 2013
Gestão de Preços - Como gerenciar as terríveis "propinas" carinhosamente chamadas de Bonificações
Tema muito polêmico, não só entre os atacadistas e indústrias, mas em todo o setor varejista, a Gestão de Preços tem uma importância extrema e impacta diretamente na margem de retorno sobre o seu negócio.
Muitas empresas "quebram" por não terem uma Gestão de Preços coerente com o desenvolvimento das atividades e seus custos de produção.
E dentro da Gestão de Preços eu te convido a criar uma nova aba dentro deste tópico, que eu chamaria Gestão de Bonificações.
Como gestor do setor industrial e varejo, aplico em meus negócios, e acho que seria bem interessante você dar uma olhada e começar a reparar como os varejistas impactam negativamente em toda a cadeia de vendas ao exigirem dos fornecedores as tenebrosas BONIFICAÇÕES.
Criei meu modelo de Gestão de Preços com base nas Bonificações, e espero que seja instrutivo para que todos possam conhecer e aplicar em seus negócios.
Essa Gestão de Bonificações impacta diretamente na Gestão de Preços e muitas vezes a sua DRE fica negativa, no prejuízo, pois você simplesmente a ignora e acha que isso não tem nenhuma relação com a Gestão de Preços da sua empresa.
Vamos partir do princípio, onde PARENTE (2000, p.22) define o Varejo como "[...] todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final”. Sua principal característica é o emprego das funções clássicas de operação comercial: procurar, selecionar, negociar e adquirir produtos; comercializar e entregar ao consumidor final.
Essa definição nos serve para que tenhamos a visão de que o Varejo engloba todas as atividades comerciais, em um exemplo muito simples, não somente do supermercado para o consumidor final; mas desde a matéria-prima inicial que é extraída da natureza ou industrializada, passa por transformação e depois disso é vendida a um fornecedor da indústria de alimentos, por exemplo. E depois disso, esta indústria vende seus produtos à indústria de alimentos; e essa indústria de alimentos ainda vende este produto final a um intermediário, que é o distribuidor, ou simplesmente atua com venda direta, atendendo a cadeia atacadista e varejista, ai então chegando ao consumidor final.
Você já havia pensado na Cadeia de Varejo assim?
Você já havia imaginado o quanto de imposto é cobrado desde a extração da matéria-prima inicial até que este produto final chegue à sua mesa ou de seu consumidor?
Hoje em dia as indústrias e os varejistas estão adequando sua Gestão de Preços de acordo com os preços praticados pelos seus concorrentes, e se esqueceram do mark-up e do mark-down, que são "ferramentas" de gerenciamento de preços intuitivas e que dão uma visão realista de custo e lucro para quem vende.
Usar o preço do concorrente para balizar o preço dos SEUS produtos, é um erro!
Nenhuma empresa tem custos iguais aos dos seus concorrentes. E mais, seu concorrente pode ter tido uma negociação melhor com o fornecedor, e obteve uma redução muito boa no custo dos produtos.
Desde meados de 2003 com a concorrência cada vez mais acirrada e o avanço nas técnicas de negociação, o varejo tem "extorquido" as indústrias em busca de melhores preços. Deixo claro que nem considero esse fato uma técnica de negociação, pois realmente é uma "extorsão" da indústria. Ou a indústria cede, ou o varejo não introduz os produtos na loja ou rede.
O meio mais utilizado do varejo receber a "propina" é por meio da chamada Bonificação; onde a indústria é induzida a emitir nota fiscal de doação, nota fiscal zerada, ou mesmo a nota fiscal com natureza de Bonificação. Que nome lindo!!! Soa bonito, mas quem é do setor industrial sabe muito bem o impacto disso nas finanças da empresa.
Muitos sabem que a Bonificação deveria ser aplicada para uma redução de preços do varejo para com os consumidores finais, mas não é isso que acontece.
Por muitas vezes as Bonificações são concedidas como forma de "propina" para que os produtos de determinada indústria sejam introduzidos e comercializados em alguns estabelecimentos; e estes são vendidos ao consumidor final sem nenhum tipo de desconto, onde o consumidor paga o preço cheio.
Outra forma, desta vez correta, de ver a Bonificação, é onde a indústria oferece o desconto ao varejo, e este repassa aos consumidores finais como forma de desconto. Incentivando assim a compra e a experimentação, fazendo valer realmente o nome "Bonificação".
Consumidor compra mais, Varejo compra mais, Indústria vende mais ao varejo, Indústria de Matéria-Prima fornece mais à indústria de transformação... enfim, é uma cadeia puxada onde todos ganham.
Mas voltando à primeira visão de Bonificação, a deslealdade do varejo para com a indústria é muito grande, e se uma indústria não quer, tem quem queira, pois o que não falta hoje em dia é concorrente. E isso ninguém quer, obviamente!
Para a Indústria, a Gestão de Preços faz total diferença nessa hora.
E não adianta jogar as Bonificações como Verba de Marketing, pois não é.
Bonificação é prejuízo e não investimento.
Por mais que alguns dos mais conceituados gestores, professores, profissionais do marketing digam que Bonificações são aplicadas a investimento de marketing, não concordo e acho que existem diversos contextos para discussão deste assunto.
Na minha opinião e visão estratégia, sempre aplico as Bonificações como Prejuízo. Ou seja, considero como se fosse ter que pagar o prejuízo de trocas de produtos que não foram vendidos no varejo.
Isso me dá um realismo maior na dinâmica da Gestão de Preços, e isso implica diretamente no Lucro da empresa como um todo, impactando diretamente na DRE.
Muitas redes de supermercados pedem Bonificações de 100% do primeiro pedido.
ESTA ESTRATÉGIA QUE APRESENTO AQUI É APLICÁVEL SOMENTE A BONIFICAÇÕES.
Digo isso, pois geralmente as empresas fazem a gestão de preços e se esquecem das Bonificações, e uma vez definida esta gestão, talvez o gestor que a definiu não consiga enxergar o prejuízo na queda das vendas com produtos caros demais.
Se o preço do seu produto for muito baixo e tiver um mark-up abaixo de 150% sobre o custo, você está tendo prejuízo, e grande. Pois 100% cobre os custos de produto e os outros 50% com certeza não cobrem os custos e despesas administrativas, logística, comissões e tudo mais.
Se seu produto tiver um mark-up entre 150% e 200%, sua empresa estará no máximo se pagando. Não sobra lucro.
Agora se o seu produto tiver um mark-up em 215%, estamos começando a melhorar.
Ao menos a empresa estará se pagando e sobrando ao menos 5% do mark-up para reserva de capital para reinvestimento a longo prazo, depois de 24 meses.
No patamar acima de 250% de mark-up, a empresa já começa a ter fôlego para pensar em um investimento de curto/médio prazo. Posso dizer que com este mark-up a empresa começa a se reinventar para crescer em menos de 15 meses.
Em meus estudos e pesquisas, concluí que um mark-up abaixo de 215% não leva empresa nenhuma a lugar algum, se esta conceder bonificações aos seus clientes. A não ser que seja alto giro com produtos que param menos de uma semana nas gôndolas; ai sugiro uma reanálise da gestão de preços, onde ao menos 100% de mark-up deve ser aplicado, para que não haja prejuízo com as bonificações, e seus produtos ganhem mercado rapidamente.
Lembrando que cada empresa tem uma estratégia.
Esta estratégia que lhes apresento é totalmente mutável, e por exemplo, posso utilizá-la até que seja tirado o primeiro pedido, para que não haja prejuízo nas bonificações. A partir do segundo pedido posso utilizar uma tabela coringa com um mark-up de 50% a 100% para transformar meu produto em alto giro ou fazer uma mega promoção acompanhada pelo setor de promoções da empresa.
Como podem ver é o mark-up dando as caras novamente.
Não adianta tentar seguir a concorrência, pois realmente ela pode te levar ao buraco financeiro.
Vamos relembrar o conceito de mark-up.
Para calcularmos a margem de impostos incidentes em um produto podemos utilizar:
[100- (ICMS + PIS + COFINS)]/100
Para o coeficiente de margem podemos utilizar:
(100+margem)/100
O preço de venda pode ser definido em:
[(custo/coef_imposto)*coef_margem]
Em resumo:
Custo de Produto + Impostos * Margem%.
Dentro da Gestão de Preços, o mark-up que citei na estratégia, acima de 215% para o primeiro pedido de cada cliente, previne sua empresa do prejuízo e coloca-a em uma posição estratégica enquanto seus concorrentes estão aplicando a Gestão de Preços de forma errada, realmente dando as Bonificações e achando que estão tirando proveito e que irão reaver o prejuízo/investimento nos próximos 10 pedidos.
São várias as estratégias da Gestão de Preços, e cito aqui uma delas, a mais simples, e que quase ninguém coloca em prática.
Agora, e você, qual sua idéia sobre as bonificações e quais outras estratégias utilizaria?
Um grande abraço!
ARTHUR SANTOS
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Estudo de Caso - Indústria de Biscoitos (Venda a pronta-entrega)
Os proprietários da "Biscoitos Jack" me procuraram afim de que eu pudesse prestar consultoria para a re-estruturação comercial da empresa como um todo.
A empresa atua nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo com a fabricação, comercialização e distribuição de biscoitos doces e salgados, recheados ou não.
É uma empresa grande, possui em torno de 1.200 funcionários, sendo que destes, 74 são vendedores que atuam com pré-venda realizando rota todos os dias de 2ª a 6ª em pequenos, médios e grandes varejos; 12 supervisores de vendas que auxiliam no cumprimento das metas e ações promocionais, além de 26 promotores de vendas que realizam reposição e merchandising nos PDV's ativos.
Seus Centros de Distribuição localizam-se em Campo Grande/MS, São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR.
Para qualquer ação logística os produtos partem destes locais.
Exatamente 6 meses atrás seu faturamento bruto era de R$ 8 milhões de reais por mês, sendo que restam apenas 10% de faturamento líquido, ou seja, R$ 800 mil reais.
Para mim, creio que a maioria irá concordar que 10% de faturamento líquido é inadmissível.
Então assumi esta responsabilidade.
Vou colocar aqui o meu estudo de caso e peço que vocês também participem e deixem as opiniões e sugestões, críticas, enfim, o que acharem a respeito, e como vocês agiriam ou fariam as mudanças nessa empresa para que ela alcançasse o resultado desejado.
AÇÕES:
Minha primeira ação foi analisar os números e dados referente ao financeiro, produção, vendas e logística.
Assim consegui definir já de início, que como as vendas eram muito pulverizadas e a equipe de vendas era muito grande, precisávamos cortar custos no limite, e expandir o máximo possível as vendas no pequeno varejo.
Ocorria muito de os vendedores não atenderem pequeníssimos varejos pois os mesmos compravam muitas vezes apenas 1 caixa de biscoitos com 24 unidades.
Outro problema era a logística de entrega. Muito ineficiente e demorada. Um pedido tirado, levava 15 dias para ser entregue, e às vezes até 25 dias caso não houvesse carga fechada (caminhão lotado) para determinada região.
O ERP da empresa estava totalmente desatualizado, muitos dados inconsistentes, NF's lançadas não constavam na base de dados do SPED Fiscal.
Minha sugestão foi adquirir um novo sistema ERP, o que foi feito; o sistema roda de forma online, plataforma fácil e intuitiva; integrada a todos sistemas da empresa. Cada pessoa que entende do seu setor, facilmente irá dominá-lo.
A frota da empresa, antes composta por 19 Caminhões VW Constellation com capacidade para 15.000kg de produtos cada, foi vendida.
Minha sugestão foi que a empresa adquirisse 35 Caminhões Hyundai HR 2013 Euro V com capacidade para 1.500kg cada e mantemos apenas 32 vendedores, responsáveis por uma rota pré-definida por regiões de atuação.
Pensando também nos custos de manutenção, a Hyundai sai muito à frente dos concorrentes.
Sugeri também um sistema de vendas a pronta-entrega, estilo "Elma-Chips", onde os vendedores fazem o pedido através de um smartphone, geram a NFe, e ao emparelharem com uma impressora fiscal no veículo, a NFe e o boleto são impressos rapidamente. O que foi feito e trouxe um alívio de caixa muito grande à empresa.
Com a NFe e Boleto em mãos, o vendedor já faz a entrega.
Com isso reduzimos custos logísticos, custos fixos, custos variáveis, e aumentamos consideravelmente o faturamento Bruto e Líquido da empresa.
Porém, uma rota de vendas que era feita em 1 semana com a pré-venda, demora hoje no mínimo 18 dias para ser realizada com a venda a pronta-entrega.
Antes o vendedor positivava em média 42 PDV's por dia, e hoje positiva entre 7 e 12 PDV's ao dia.
Como forma de manter tudo isso rodando "redondinho" e continuar com a expansão de mercado, sugeri que contratassem 10 novos colaboradores como Vendedores Regionais, especializados em expansão de mercado.
Cada um destes profissionais seria responsável por uma determinada região, e deveriam abrir ao menos 10 novos PDV's por dia.
RESULTADOS:
Hoje a empresa consegue atender a mais de 18.000 PDV's em 7 estados brasileiros com rapidez e agilidade de entrega.
A logística sofreu um corte de custos na ordem de 52% e a manutenção dos veículos diminuíram.
Aumentaram as ajudas de custo com Hotéis e Refeições Extras.
Para não haver abuso por parte dos vendedores, estipulamos que cada diária de Hotel deveria ser de até R$ 50,00, e as refeições extras não deveriam ultrapassar R$ 12,00 cada.
Para comprovação, tudo precisa ser faturado para a empresa. Ou envia a Nota Fiscal Manual ou Eletrônica, ou não recebe a ajuda de custo. Não aceitamos recibos e nem Série D.
Com isso mantemos os vendedores na linha e os custos de vendas dentro do planejado.
Em apenas 4 meses conseguimos colocar a empresa no eixo com um líquido de 23% e um Faturamento Bruto perto dos R$ 11 milhões de reais mensais, antes R$ 8 milhões.
Lógico, tiveram muito detalhes e fatores que determinassem minhas escolhas para a re-estruturação e que eu não vou divulgar aqui, mas se fosse você, faria algo de diferente nesse cenário?
O que você acha da venda a pronta-entrega? Muitos profissionais ainda tem muito preconceito e/ou receio em implantar um sistema como estes nas empresas.
Essa foi a minha ação e consegui resultados.
Agora quero saber o que você acha, e o que você faria se estivesse em meu lugar.
Um grande abraço,
ARTHUR SANTOS
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Criatividade Nota 10 - Café para Comer
Como vemos todos os dias, o mundo literalmente se reinventa de uma tal maneira muito rápida e criativa, a ponto de gerar novas oportunidades de negócios antes jamais pensadas.
O homem é curioso por natureza, de onde vem a audácia de testar o novo.
E não é que o novo convence!?
Eu já vi bala de café, chocolate de café, doce de café, manjar de café, café para beber (óbvio), e até calcinha comestível sabor café eu sei que existe, mas depois que fiquei sabendo do café para comer eu reflito: "não existem barreiras para a criatividade e ambição humana em mudar tudo, renovar tudo e tentar fazer tudo melhor". PS: exceto no desmatamento da amazônia, mas isso é caso para outro artigo.
O café comestível, ou melhor, café para comer, será lançado no Brasil durante a "Semana Mesa SP 2012", realizada pelo SENAC SP em parceria com a revista Prazeres da Mesa, entre os dias 5 e 9 de novembro em Santo Amaro (SP).
A criação do café para comer é do empresário Flávio Abaurre, da SPA - Indústria de Chocolates Dietéticos; e a consistência do café é obtida pelo processamento dos grãos, transformando-os em uma massa integral comestível.
Diante dessa criatividade surge uma nova categoria no mercado nacional e internacional de cafés, uma vez que ainda não existe nenhum tipo de produto similar no mercado.
Quem quiser saber mais, vale a pena conferir entre os dias 5 e 9 de novembro o evento "Semana Mesa SP 2012". É só entrar em contato com o SENAC SP ou a revista Prazeres da Mesa, e reservar seu convite.
Um grande abraço,
ARTHUR SANTOS
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Controle da Kirin fez bem à Schincariol
Depois de 11 anos patrocinando a Oktoberfest de Igrejinha/RS até com latas personalizadas da Nova Schin, parece que a Kirin ter assumido o controle do Grupo Schincariol fez com que suas marcas ganhassem mais força no mercado e maiores investimentos onde raramente se via algum tipo de atividade; nos pontos de vendas.
Neste ano de 2012, a Schincariol fez um investimento mega milionário na Oktoberfest de Blumenau/SC.
As marcas do portfólio Schincariol tomaram conta dos supermercados e das ruas.
Ações certeiras com a cerveja Nova Schin marcaram presença em mais de 19 pdv's só de Blumenau/SC.
A marca Eisenbahn ganhou um impulso maior neste ano, com ações em mais de 25 revendas/distribuidores. Incentivando o sell-in, comprando 1 caixa da marca você ganhava todo apoio em material promocional. Uma versão exclusiva da Eisenbahn Oktoberfest, com rótulo personalizado foi feita pela 5ª vez consecutiva para prestigiar o evento.
Além da Oktoberfest 2012 em Blumenau, a Schincariol intensificou e muito na região de Campinas/SP a introdução da marca Devassa em bares, restaurantes, choperias, pizzarias, enfim; tudo ligado a vida noturna da cidade e região.
Em estabelecimentos que já tinham a marca em seu cardápio, foram oferecidas bonificações e apoio em ações de marketing no estabelecimento, marketing virtual (redes sociais), e na divulgação em mídias externas.
Dá para notar que a Kirin ter assumido o controle da Schin fez muito bem para a saúde da mesma.
Nova cabeça, novas idéias e novas atitudes.
A Schincariol estava precisando disso.
Após perder a 2ª colocação no ranking cervejeiro para o Grupo Petrópolis com as marcas Crystal e Itaipava; e depois o 3º lugar para a Kaiser, atual Cervejaria Heineken; esperamos que a reação não seja somente para intimidar os concorrentes no início do controle da Kirin, e que isso seja permanente.
Um grande abraço à todos!
Arthur Santos
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Você é mais uma "peça"?
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível"!
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E Beethoven?
- Como? - o encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio…
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talen tos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Então, pergunto: quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico?
O rapaz fez uma pausa e continuou:
- Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe, em focar no brilho de seus pontos fortes e não utilizar energia em reparar seus 'erros ou deficiências'?
Nova pausa e prosseguiu:
- Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Mas cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços, em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Continuou.
- Se um gerente ou coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de técnico de futebol que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas, ou Albert Einstein por ter notas baixas na escola, ou Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Olhou a sua a volta e reparou que o Diretor, olhava para baixo pensativo. Voltou a falar.
- Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados… Apenas peças… E nunca me esqueço de quando o Zacarias, dos Trapalhões, que 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... E hoje, para substituí-lo, chamamos…ninguém…Pois nosso Zaca é insubstituível.” – concluiu, o rapaz e o silêncio foi total.
É possível encontrar novos funcionários para as vagas dos que saíram, novos amigos para amenizar a falta dos que estão distantes, novos amores para os corações partidos... Eles, entretanto, nunca terão a mesma essência dos que ficaram para trás.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Boas oportunidades? Fora do Brasil.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Formação de Preços: Markdown ou Markup?
Primeiramente, gostaria de agradecer aos leitores do BBM - Blog Brasil Management pelos e-mails com sugestões para as matérias.
Como são muitos e-mails, já estou selecionando alguns assuntos para a criação de artigos e posterior publicação.
Novamente, o meu Muito Obrigado aos leitores que colaboram com o BBM – Blog Brasil Management.
Dando início ao tema da matéria de hoje, Markdown e Markup são palavras constantemente utilizadas pelos departamentos de vendas, pricing, marketing, entre outras; mas muita gente ainda tem dúvidas sobre quando e como utilizar, e até mesmo sobre o que são estas palavras.
Apesar de terem funções semelhantes, as duas palavras são interpretadas de formas diferentes, sendo Markdown a margem sobre a venda, e Markup a margem sobre o custo.
Para entender a dinâmica para formação dos 2 tipos de preços de venda, vou exemplificar nos cálculos abaixo.
1) MARKUP
Um produto custa R$ 100,00 e você pretende aplicar a margem de 20%.
R$ 100,00 x 20% = R$ 120,00
Sendo assim, temos o preço de venda em R$ 120,00.
A margem que teremos neste caso será de R$ 20,00.
IMPORTANTE: Muita gente usa o Markup como única e exclusiva modalidade para a formação de preços, o que ao meu ver é uma forma totalmente errada.
Inclusive, digo que o Markup é uma forma errada de se formar preços e não aconselho a utilização, pois sobre essa margem de R$ 20,00 citada no exemplo anterior, incidem o CO (custo operacional), IV (impostos de venda) e ainda o LUCRO.
O IMPOSTO irá incidir sobre o PREÇO DE VENDA, não sobre o PREÇO DE CUSTO.
Aproveitando os dados do exemplo anterior, suponhamos que o seu imposto de venda seja de 13%:
R$ 120,00 x 13% = R$ 15,60 é imposto.
Sua MARGEM, conforme visto acima era de R$ 20,00, subtraindo os impostos, restam R$ 4,40 para você tirar o CO e seu LUCRO.
2) MARKDOWN
Precisamos entender primeiramente que quem dita o preço é o mercado, a lei da oferta e procura, e claro, a sua concorrência.
No Markdown seu preço de venda será determinado por uma série de fatores.
Além dos itens acima, ainda podemos citar o estoque atual, importância do produto para os consumidores ou Curva ABC, dentre outros diversos indicadores que nos permitem avaliar melhor a composição dos preços.
Por isso, é muito importante ter uma gestão de preços alinhada ao mercado, identificando tendências, aliado sempre ao Trade Marketing, identificando o perfil do shopper e as características de cada key-account, desenvolvendo um planejamento para cada conta.
O planejamento de Trade Marketing deve levar em consideração não só o Calendário Promocional, mas também critérios específicos de negociação e formas de atuação em cada conta, para elevar a rotatividade dos produtos nas gôndolas, gerar maiores pedidos, e conseguir negociar aquela famosa Verba de Fornecedor, para baixo.
Mas isso é história para outro momento quando iremos falar do Trade Marketing desde sua concepção, sua história, aplicação, métodos, formas de controle e avaliação de resultados.
Por isso é sempre bom reforçar!
FABRICANTES, invistam no treinamento da sua equipe e em agregação de serviços nos PDV’s.
Por enquanto este é um dos melhores meios para não se gastar milhares de reais com Verbas que irão compor o caixa de seu cliente, e ainda ter a oportunidade de fortalecer sua equipe com treinamentos constantes, deixando-os afinados com o mercado.
Espero ter contribuído para seu melhor entendimento sobre a composição dos preços de venda.
Como sempre estamos em constante aprendizado, espero sua contribuição para o tema.